Seg - Sex:
9 às 12 e das 14 às 18:00
Rio Tinto é uma cidade e freguesia portuguesa do concelho de Gondomar (município da Área Metropolitana do Porto e da Região do Norte) com 9,38 km² de área, 50.713 habitantes (censo de 2011) e uma densidade: populacional de 5.406,5 habitantes por km².
A povoação de Rio Tinto é anterior à criação do reino de Portugal. O lugar pertencia ao antigo julgado da Maia e identificava-se pela existência de um antigo convento de Agostinhas, atual Quinta das Freiras, fundado em 1062. A povoação de Rio Tinto era bem maior do que a cidade de hoje. O seu centro situava-se nos arredores do referido mosteiro edificado junto ao rio, provavelmente entre a atual Rua do Mosteiro e o cemitério, mais concretamente onde era a Quinta do Mota, que caracterizava e dava importância ao couto de Rio Tinto e de que nada resta atualmente. O Padre António Augusto da Costa Leite, no seu livro de memórias, chama à Quinta do Mota, Quinta do Mosteiro, referindo ainda que a casa paroquial foi construída em terreno cedido gratuitamente pelos proprietários da referida quinta. Do mosteiro que caracterizava e dava importância ao couto de Rio Tinto nada resta atualmente. Sabe-se, porém, que foi extinto a 6 de Janeiro de 1535, ficando com os seus privilégios o mosteiro beneditino de Avé Maria no Porto.
Rio Tinto tem o seu nome ligado ao rio que atravessa a cidade, havendo mesmo uma lenda que explica o seu topónimo. No início do século IX, os cristãos ganhavam terreno aos mouros. Governava o Conde Hermenegildo Gutierres o território da Galiza até Coimbra, tendo como centro o Porto. Contudo, o Califa Abderramão II, com um poderoso exército, fez uma violenta investida, cercando a cidade do Porto. O Rei Ordonho II desceu em socorro do seu sogro, o Conde Gutierres, conseguindo afastar os Mouros e perseguindo-os para longe da cidade. Junto a um límpido ribeiro, travou-se a sangrenta batalha. Na memória do povo, ficou o sangue derramado que, de tão abundante, tingiu as cristalinas águas do rio, passando desde então a chamar-se Rio Tinto. D. Afonso Henriques, após a criação do reino de Portugal, protegeu-o dando-lhe foro de couto a 20 de Maio de 1141, foro esse renovado pelos monarcas posteriores. Este couto englobava as aldeias de Vila Cova, Ranha, Rebordãos, Quintã, Triana, Portela, Areosa, Pinheiro, Gesta, Brasoleiro, Forno, Santegãos, Carreiros, Medancelhe, Casal, Lourinha, Sevilhães, Perlinhas, Ferraria, Vendas Velhas, Vendas Novas, Cavada nova, São Sebastião, Vale de Flores, Soutelo, Mendalho, Amial e Mosteiro. Em 1801, tinha 2.675 habitantes. Em 10 de Dezembro de 1867, através de um decreto, deu-se a criação do concelho de Rio Tinto. Dele faziam parte sete paróquias civis: Águas Santas, Covelo, Gondomar, São Pedro da Cova, Rio Tinto, Valbom e Valongo. Este concelho existiu até 14 de Janeiro de 1868. Em 28 de Junho de 1984 voltou a ser vila, agora com duas freguesias – Rio Tinto e Baguim do Monte. Desde 21 de Junho de 1995, onze anos depois de ter sido elevada a vila, foi oficialmente criada a cidade de Rio Tinto, constituída pelas freguesias de Rio Tinto e Baguim do Monte.
O rio atravessa a freguesia sensivelmente a meio, numa orientação aproximada Norte-Sul. Nasce em Ermesinde, muito perto do limite norte da freguesia e é a principal, e quase única, linha de água que existe na localidade. Durante séculos, o rio forneceu à população água e peixe. As lavadeiras ganhavam a vida nas suas águas, proliferavam nas margens os moinhos, cujos moleiros disputavam com os lavradores a água das regas. Mais recentemente, durante a última década do século XX, o rio que corre em Rio Tinto foi alvo de um crime ecológico, tendo uma parte considerável da sua extensão sido entubada e enterrada a alguns metros abaixo da superfície do solo, de forma a facilitar a expansão urbanística do pequeno município.